sábado, 29 de dezembro de 2007

Séu

eu invento das estrelas
eu invento às estrelas
e a cada evento que o vento me traz
me reinvento.


o poema céu
é o mesmo
que poema seu!
é do jeito que quero:
pintado por criança...
sem fim...
planetas distantes
com amadas amantes
olhando pra mim.


WesleyBarbassa.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Tem tanta rima por ai

Molhou o papel
Molhou o papel.
Papel rima com céu,
Mas papel molhado
não rima, oh céus!
E o poema mugiu e foi pro brejo.


Mas papel molhado
rima com telhado
E se não quero ir às nuvens
Meu telhado é meu céu.
Assim,
Com a simplicidade
De uma criança
E com a simples idade
De um adulto.


Tem tanta rima por ai
Tem tanta rima pra por aqui
Que por acaso
Esqueci a do fim do poema
Então... põe ema.

WesleyBarbassa.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

O Velho Grande

O velho grande é velho... e grande!
O velho grande tem as unhas sujas, sujeira em baixo das unhas.
O velho grande é gordo, o velho gordo é grande.
O velho grande tem seus demônios e os afoga com bebida às vezes... e os sufoca com cigarro... às vezes.
O velho grande está cansado surrado... quase morto, mas caminha por que não é só velho, mas grande.
O velho grande faz coisas que prestam e que não prestam. Velho grande dá coisas boas e ruins aos outros. O velho grande ensina muito a todos que gostam e que não gostam dele.
O velho é baixinho tímido... e grande.
O velho grande nunca é encontrado por que quando se chega nele, já passou.
Velho grande é muito amigo, justo, mas bate forte de mais.
O velho grande anda sem rumo, para onde vai, vai!
O velho grande some quando a gente precisa e pede. Aparece quando as coisas estão bem... haha... e as coisas só estão bem quando o velho grande está.
Eita velho grande!

JaderRonconi.


Ai está o Véio Grande que me pediu Ricardo, diretamente do original, copia fresquinha, acabei de fazê-la e com um pernilongo super legal no escritório... mas calma, eu o pego, ele acha que sairá livre dessa... acha.



abraços

wes-quina.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Epigarrafania

caiu uma garrafa!
O barulho se espalhou pelo corredor
eco!
As senhoras tiraram os olhos das revistas,
a atendente parou de anotar,
um engravatado, engarrafado com aquilo,
desviou a atenção do celular.
Os relogios pararam...
só um poeta, como se nem notasse,
continuou a escrever,
pobre dele
caiu uma garrafa.

WesleyBarbassa.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!

MariodeMirandaQuintana.

O meu olhar

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

AlbertoCaeiro.