terça-feira, 26 de agosto de 2008
Além do Ponto
CaioFernandoAbreu.
domingo, 22 de junho de 2008
Fragmentos...

Não vamos buscar sentido no que não tem sentido, só por que ninguém o achou não quer dizer que ele não exista... e se alguém um dia o achar? O que faremos com ele? Um bolo? Quem sabe uma torta? Isso torta de sentido! Suco!
-moça, me vê um suco sabor sentido?
Tudo parece bobagem
E na verdade é.
Não se levanta quando se acredita estar deitado eternamente,
Vive-se morto
Com a suave e morna temperatura
Da pele macia que acaba de acordar
Da cama quentinha
E que a cama quentinha há de fazer dormir
Há de riscar idéias
E esquecer frases
E escrever fases
Fases surrealistas
Que cada dia é uma fase
E a cada dia se faz frases
E se divulga as fezes
Que nem se sabe o significado
Mas o cheiro... o cheiro sim.
Nada mais que um cheiro
Estado passageiro
Que passa e volta
E sempre vai voltar
E sempre há de ir novamente
E novamente a palavra ‘sempre’
Repleta de proibições
Recheada de medo
Cai como uma luva
E veste como uma lupa quebrada
Que corta e abre a porta
E corta a torta de sentido
Que o único fim da palavra ‘sentido’
É para uso culinário.
Mais uma passagem
Vai pro cemitério das frases
Será que mais uma idéia
Vai se juntar aos morto-vivos
No inconsciente?
Nunca se sabe
Mas o sintoma se sente bem
O sintoma se sente bem
A gente é que não se sente
E sente um ao outro
Como semelhantes
Que se diferem... copiosamente.
A cópia da diferença
Mas cada cópia é única
A única cópia que existe
O resto é cópia da cópia
E o original?
O original já era cópia.
‘Original’ só serve para marca de cerveja
E cerveja só serve para ver
o que você não quer.
Funciona...
Como uma lupa
Veja o ser, cerveja.
O ser é a única coisa que não se vê nunca
E a palavra ‘única’...
Que é uma cópia das que vi,
Seria riscada se não me desse inspiração
Para essas próximas linhas
Linha de pipa
Que sai de um bordado perfeito
E quanto mais se descarrega
Quanto mais longe a pipa vai
Mais o bordado desmancha
(...)
Surreal, seu real,
Que nem você sabe o que é
Freud não explica
Nem nada explica
A palavra ‘nada’
Não significa.
Igual a palavra ‘significado’.
wb.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Viver
Não sabe o que é viver
Não sabe que viver é abrir uma janela
E pássaros, pássaros sairão por ela
E hipocampos fosforescentes
Medusas translúcidas
Radiadas
Estrelas-do-mar... Ah,
Viver é sair de repente
Do fundo do mar
E voar...
e voar,
cada vez para mais alto
Como depois de se morrer!
MarioQuintana.
segunda-feira, 3 de março de 2008
O mondo social e cultural, conforme vai sendo experenciado por nós,possibilita-nos a construção de um mundo interior. São diversos fatores que se combinam e nos levam a uma vivência muito particular. Nós atribuaimos sentido a essas experiências e vamos nos constituaindo a cada dia.
A subjetividade é a maneira de sentir,pensar,fantasiar,sonhar,amar e fazer de cada um."
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida, há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.
ClariceLispector.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Saúdade
Puro creme da bobeira
que me deixa puro
que me faz sentir puro,
transborda nos poros
transfigura os poréns
percorre na veia
e deixa saudade.
Puro creme da inocência
me satisfaço
e faço poesia...
Dou risada
de piada sem graça
da vida
engraçadinha tadinha
e canto
até ficar sem voz.
Puro creme sem idade
que será...
Puro creme da saudade.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Querias que eu falasse de "poesia"
mais... e desprezasse o quotidiano atroz...
querias... era ouvir o som da minha voz
e não um eco - apenas - deste mundo louco!
Mas que te dar, pobre criança, em troco
de tudo que esperavas, ai de nós:
é que eu sou oco... oco... oco...
como o Homem de Lata do "Mágico de Oz"!
Tu o lembras, bem sei... ah! o seu horror
imenso às lágrimas... Porque decerto se enferrujaria...
E tu... Como um lírio do pântano tu me querias,
como uma chuva de ouro a te cobrir devagarinho,
um pássaro de luz... Mas, haverá maior poesia
do que este meu desesperar-me eterno da poesia?!
MariodeMirandaQuintana.
domingo, 27 de janeiro de 2008
Os arroios
Os arroios são rios guris...
Vão pulando e cantando dentre as pedras.
Fazem borbulhas d'água no caminho: bonito!
Dão vau aos burricos,
às belas morenas,
curiosos das pernas das belas morenas.
E às vezes vão tão devagar
que conhecem o cheiro e a cor das flores
que se debruçam sobre eles nos matos que atravessam
e onde parece quererem sestear.
As vezes uma asa branca roça-os, súbita emoção
como a nossa se recebêssemos o miraculoso
[encontrão de um Anjo...
Mas nem nós nem os rios sabemos nada disso.
Os rios tresandam óleo e alcatrão
e refletem, em vez de estrelas,
os letreiros das firmas que transportam utilidades.
Que pena me dão os arroios,
os inocentes arroios...
MariodeMirandaQuintana.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Teatro invisível
Arte da vida real
Vida e arte teatral.
Os pequenos fazem arte
Imitando os demais,
Os grandes ficam bravos
Mas arte também faz.
Junta tudo na bacia
Chamam de vida
E tudo que importa
É vida.
Tudo que não importa
É vida.
Tudo que você importa
Tudo que você exporta...
Vida vai, vida vem
E os atores no teatro
Fazem arte também.
WesleyBarbassa.
sábado, 12 de janeiro de 2008
Dia x
Dias bons, dias ruins,
Rápidos, sem fim...
Com fins.
O que seriam dias bons
Se não existissem dias ruins?
WesleyBarbassa.